30 de novembro de 2011

Saudade


A saudade é talvez a mais portuguesa de todas as palavras. Nela cabe toda a História, todo o respirar e todas as lágrimas de um povo.
Há séculos atrás, quando de Lisboa partiam os destemidos marinheiros para terras negras e desconhecidas a saudade nasceu no coração dos portugueses que ficavam. Como diria um grande poeta: “Malhas que o Império tece”.
Oh Portugal! Quantas lágrimas já verteste ao comando deste impiedoso sentimento característico?
E o que aconteceu a nós? Malhas que o coração teceu…
As parcas dividiram o nosso unido fado e dele nasceu um aglomerado de novos caminhos e intrigas. Já não me pertences. O nós deixou de existir. Eu tenho saudades de nós… De tudo que fazíamos juntos, das conversas, dos sorrisos, dos olhares.
Sinto saudade de um passado e mágoa de um futuro. Assim deixo escapar mais uma lágrima para o enorme oceano de saudade que banha todo este meu Portugal.

27 de novembro de 2011

O canto de uma cidade, de um povo...


Hoje a UNESCO acabou de anunciar o Fado como património imaterial da Humanidade.
É um orgulho tanto para Portugal como para Lisboa. Cidade em que é nas ruas onde o fado se personifica, em todas as caras da íngreme Alfama, no correr do Tejo, no amarelo dos edifícios antigos, no morno sol, nas palavras latinas e na saudade que paira no ar. Tudo isto é fado, é Lisboa, é Portugal!


26 de novembro de 2011

Cartaz escolar

Sabem? Tenho que fazer um cartaz de um ciclo de cinema que vai haver na minha escola.
Tenho que captar a atenção para o evento, por isso veio-me esta ideia à cabeça:


Que acham? xD


Ps: Este é só uma brincadeira...

Supermarket List


Pessoal, queria que passassem por este blog! É de uma grande amiga minha e acho  que vocês vão gostar do blog! Ela já cá esteve na blogesfera, muitos vocês devem lembrar-se dela!

Força e toca a ir ao Supermercado, and show her some love! 

23 de novembro de 2011

O Ódio de te Adorar


Sabes? Acho que te adoro…
Adoro. O teu esguio corpo atraente, os teus gestos descuidados. O teu longo cabelo castanho-claro, as madeixas soltas pelo vento. A tua sedutora boca, a tua voz profunda. Os teus olhos esverdeados, o teu olhar deambulante. Adoro cada traço teu que em sonhos exploro.
Mas. O teu corpo é-me fatal, os teus gestos uma armadilha. O teu cabelo distrai-me, as tuas madeixas irritam. A tua boca chama-me, a tua voz ameaça. Os teus olhos hipnotizam, o teu olhar julga.
Convidas-me a entrar, mas fechas de imediato a porta. Negas-me a ti. Atraiçoas-me o juízo e deixas-me à deriva num negro mar de emoções patéticas.
Sabes? Acho que te odeio.

21 de novembro de 2011

7ª Arte

Twilight: Breaking Dawn - Part 1


Para histerismo de muitas fãs, o trio maravilha de Holywood preparou mais uma das suas e apresentou-nos o fresquinho Twilight: Breaking Dawn – Part 1. Passados uns 50 anos de dizer o nome mais umas duas horas de visionamento ficamos com a sensação de mais do mesmo e com um sabor amargo de dinheiro mal gasto.
A saga dos vampiros continua a não encantar e desde o seu primeiro capítulo que não nos presenteia com algo de realmente bom. Ora vejamos, este filme é um susto para qualquer rapaz: casamento, lua-de-mel, perda do período, gravidez e muita, muita lamechice pelo meio. A acção é quase nula e o filme arrasta-se tão devagar que o ecrã quase parece estático na primeira hora e meia de filme. A Bella de Kristen Stewart está má, pior que nos anteriores na minha opinião, Stewart conseguiu o inimaginável: ter a mesma expressão facial durante toda a duração da longa-metragem. Robert Pattison mostrou um pouco de desgaste neste Edward um pouco já irritante. Não nos apresentou nada de novo, pelo contrário, teve uma interpretação bastante banal. O famoso Jacob brilhou pouco, muito pouco. Mesmo continuando a apresentar os seus abdominais invejáveis (levei com eles logo nos primeiros segundos do filme) o actor não sai da cepa torta e traz com ele uma interpretação abaixo do razoável.
O filme peca muito pela inactividade e denota-se que foi um erro grave terem dividido a sequela em duas partes, pois para esta primeira parte ficou reservado tanta acção como a de ir buscar o pão de manhã ao café da esquina… Apenas no final somos como que borrifados por certas brisas de acção que ainda nos acabam por acordar do tédio vivido. O trabalho da realização não foi brilhante, parecendo que tudo funcionou a meio gás. O filme acaba também por apresentar a cena mais ridícula de toda a saga: O diálogo entre a alcateia de lobos que está definitivamente mal feita e infantil!
Os minutos finais acabam por salvar um pouco o fiasco de todo o filme, o flashback de Bella foi um dos pontos fortes, uma compilação bastante bem conseguida. Também bem conseguido foi a caracterização de Bella nos últimos minutos deste Amanhecer, que conseguiu fazer de Swan um autêntico saco de ossos bem frágil e incapacitado.  O último plano do filme está algo de genial! Que nos deixa uma réstia, tanto de curiosidade como de esperança para o próximo número desta saga!

Avaliação: 7/20

18 de novembro de 2011

Estás perto, mas longe...



Estás-me tão perto, tão próximo. Mas não te posso tocar nem aproximar-me, és-me inatingível e eu sei disso. Estás longe, do outro lado do mundo! Mas continuo a pensar em ti. Penso, sonho, imagino, já que é apenas isso que me resta. Tocar-te, ver-te, sentir-te fazem apenas parte de um mundo que não é real, que não é físico nem legal.
Neste mundo em que todos vivemos, tu tocas-me com a tua quente pele sem saberes o que fazes, sem saberes no turbilhão de emoções que explodes com tal contacto. Olhas-me sem veres os meus curiosos olhos que te buscam a alma. Sorris-me sem malícia com esses teus encarnados lábios que em ilusão eu beijo.
Assim, prefiro o mundo em que te sonho à realidade em que te perco.


17 de novembro de 2011

Selo Oficial

Decidi fazer a 2ª ronda de distribuição do selo oficial do blog! Por um lado para revitalizar o mesmo e por outro para distinguir alguns dos meus colegas “bloguistas”!
Aqui vai:


Regras.
1.        Responde ás seguintes quetões:

- O filme que mais te marcou?
Sem dúvida que foi Atonement!

-Pega no livro mais próximo de ti, abre na 22ª página e transcreve a 7ª linha.
“… metia medo às crianças, enlouquecera – julgando-se Judas enforcara-se numa figueira…”
(Os Maias)

2.       Se quiseres, passa no blog criador:

15 de novembro de 2011

Tempestade


Apenas adoro…
Adoro desligar-me um pouco deste mundo, desta sociedade informatizada e ouvir, ver, sentir a tempestade que assombra a minha pequena cidade agora pintada a tons neutros ameaçadores.
Esquecer por momentos o rodopio em que vivo, nas intrigas em que me meto, na merda toda que me rodeia e apenas sentir…. Sentir as grossas gotas da chuva na minha cara, inspirar o cheiro delas a molhar a fresca terra, ouvir os trovões e, ao mesmo tempo, ver os seus clarões de luz fascinantes, mas na mesma medida perigosos…
E é aqui, nestes momentos de total abstracção, que me encontro. Vejo-me e sinto-me. Sinto-me perto, mas longe, pois sei que este momento não durará para sempre e que mal acenda as luzes da realidade esse meu eu desaparecerá, esfumar-se-á por entre a tempestade…

12 de novembro de 2011

The One That Got Away


Ela senta-se num frio banco de pedra à janela. Olha para toda a extensão de terra projectada no fresco vidro e admira-a por um pouco. Fechas os olhos e recorda…
Ele pega nas pequenas mãos dela e puxa-as em direcção ao desconhecido. Ela, de respiração irregular, tenta não tropeçar em nada que lhe pusesse em cause o equilíbrio já limitado pelo facto de ter uma venda preta nos olhos.
Ele larga-lhe as mãos e ela pára de imediato. Espera uma fracção de segundos e, quando a respiração dele embate no delicado pescoço dela, o seu coração começa a bombear descompassadamente o sangue para as suas ansiosas veias que fizeram com que um súbito arrepio a trespassa-se por todo o corpo.
Ele, suavemente, retira-lhe a venda e ela prega os seus olhos numa tela branca preenchida com o seu retrato em cores neutras. Deixa escapar uma sentida lágrima e beija-o de seguida…
Ela volta à pesada realidade quando um gritante trovão embate na ilusão da paisagem criada e naquela que se via através da janela. Olha para as grossas gotas de chuva a embater no vidro e, mais uma vez, mentaliza-se que ele não voltará… nunca.

11 de novembro de 2011

11/11/11


Não costumo ligar muito ao que Katy Perry faz ou deixa de fazer. Mas este video está... Genial!

Vivam a vida, que ela é curta como a merda!

7 de novembro de 2011

Lisbon & Estoril Film Festival

Ontem fui a um festival que já me atraía há bastante tempo! O Lisbon & Estoril Film Festival ocupou-me todo o santo domingo num dia em cheio! 

Ides Of March
Ás 17:00 horas, quase em ponto, começa Ides Of March, ou para muitos, o "filme de Cloney". Gostei bastante e, mesmo não estando muito por dentro da política Norte Americana, foi me fácil perceber um pouco como tudo funciona pois o filme é bastante explicito (depois de ver um Árvore da Vida tudo para mim é-me explicito agora!). Cloney fez um bom trabalho na realização mas, na minha opinião, quem se destaca muito neste filme é Ryan Gosling que desde de Blue Valentine tem apresentado performances fantásticas! E aqui está mais uma delas...
É apenas de referir alguns momentos (não vou spoilar quais) em que certas reviravoltas na história foram um pouco forçadas e precipitadas...
16/20

A Dangerous Method
Pelas 22:00 horas lá estava eu novamente no Monumental para assistir ao muito ansiado A Dangerous Method. Fomos saudados pela presença do realizador David Cronenberg que em poucas palavras nos desejou um bom serão. E que bom serão que tivemos! A Dangerous Method superou as expectativas e revelou-se num filme muito bom. Há já uns tempos que fazia falta um filme que tivesse como premissa a história de psicanalistas importantes como Freud, Jung e Spielrein. E Cronenberg conseguiu fazer com eles um filme realmente fantástico! Keira Knightley, na minha opinião, teve o papel da sua carreira (até agora) nesta doente Spielrein, a sua prestação foi assombrosa! Um filme que muito recomendo a todos. E espero bem que seja um dos nomeados para os Oscars de 2012.
17.5/20

3 de novembro de 2011

Chuva



Ele senta-se na sua tosca secretária de madeira. Olha para a janela a seu lado e analisa as grossas gotas de água que embatem contra ela. Alcança o frio vidro com uma das mãos para sentir a frescura da chuva de inverno.
Recolhe a mão e puxa da algibeira um cansado cigarro, leva-o à trémula boca e acende-o pachorrentamente. No entretanto, puxa de um pequeno caderno já rabiscado e numa caneta azul esquecida. E, ao som inesperado do trovão grotesco, começa-lhe a escrever uma carta. Uma carta que não sairia daquela sala, uma carta a que ela não teria acesso, pois o bombear do coração dele não lhe é conhecido, nem tão pouco desejado.
Ele, ao acabar de escrever, deixa escapar uma pesada lágrima dos seus aflitos olhos que cai na cruel folha de papel cheia de símbolos de infortúnios, dor e mágoa.
Ele olha uma vez mais para a janela fustigada e, ao levar o cigarro á boca, fecha os olhos e deixa-se embalar pelo revoltado vento forte, pelos súbitos trovões ameaçadores e pela incessante chuva que caía tão vertiginosamente no chão alagado quanto as inúteis esperanças do pobre rapaz.